domingo, 24 de agosto de 2008

SELEÇÃO CULT


Bernardinho Lírico: Se a gente ganhasse o ouro...

Poesia e lágrimas. Esse foi o tom da preleção na véspera da decisão do ouro Olímpico pela Seleção de Vôlei.

Giba e Gustava trocaram um abraço emocionado. O meio-de-rede se despediu da seleção brasileira neste domingo, perdendo de 3 a 1 pros Estados Unidos.

O ápice foi o momento em que Bernardinho leu um poema do escritor Rudyard Kipling para tentar motivar os atletas.

Um emocionado abraço foi dado entre Giba e Gustavo. O meio-de-rede se despediu da seleção brasileira neste domingo com a derrota de 3 sets a 1 para os norte-americanos na decisão da Olimpíada na China.

"Ontem, o Giba me abraçou e chorou. Hoje fiz a minha última partida. Eu vou sentir falta de tudo isso. O vôlei me fez crescer como pessoa e como atleta. Eu só tenho a agradecer", disse Gustavo.

Mas esse não foi o único momento de emoção na véspera da decisão olímpica. Na preleção, Bernardinho leu um poema do escritor Rudyard Kipling para tentar motivar os atletas.

"Foi um poema que eu ganhei do meu pai e li para os meus 'filhos' ontem. Eu vou continuar lutando por aquilo que é certo. Eventualmente eu vou errar. E vou dizer alguma coisa quando tiver que dizer, doa a quem doer", disse Bernardinho, dando vazão a esse seu lado digamos mais... sensível.

"Acho que traduz bem aquilo que passei ao longos dos anos, os princípios que tentei passar. Certamente não consegui nota máxima em todos, mas tento fazer. Tenho certeza que esses rapazes fizeram até melhor do que eu. Tenho que agradecer a todos e pedir desculpa por qualquer coisa", completou o técnico.

Ficou curioso em ler o poema? Tá ok, você venceu! Pra vocês, "Se" de Rudyard Kipling.


SE
Tradução de Guilherme de Almeida.


Se és capaz de manter tua calma, quando,
todo mundo ao redor já a perdeu e te culpa.
De crer em ti quando estão todos duvidando,
e para esses no entanto achar uma desculpa.

Se és capaz de esperar sem te desesperares,
ou, enganado, não mentir ao mentiroso,
Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares,
e não parecer bom demais, nem pretensioso.

Se és capaz de pensar - sem que a isso só te atires,
de sonhar - sem fazer dos sonhos teus senhores.
Se, encontrando a Desgraça e o Triunfo, conseguires,
tratar da mesma forma a esses dois impostores.

Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas,
em armadilhas as verdades que disseste
E as coisas, por que deste a vida estraçalhadas,
e refazê-las com o bem pouco que te reste.

Se és capaz de arriscar numa única parada,
tudo quanto ganhaste em toda a tua vida.
E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada,
resignado, tornar ao ponto de partida.

De forçar coração, nervos, músculos, tudo,
a dar seja o que for que neles ainda existe.
E a persistir assim quando, exausto, contudo,
resta a vontade em ti, que ainda te ordena: Persiste!

Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes,
e, entre Reis, não perder a naturalidade.
E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes,
se a todos podes ser de alguma utilidade.

Se és capaz de dar, segundo por segundo,
ao minuto fatal todo valor e brilho.
Tua é a Terra com tudo o que existe no mundo,
e - o que ainda é muito mais - és um Homem, meu filho!


Rudyard Kipling


Original Inglês
IF

If you can keep your head when all about you
Are losing theirs and blaming it on you,
If you can trust yourself when all men doubt you
But make allowance for their doubting too,
If you can wait and not be tired by waiting,
Or being lied about, don't deal in lies,
Or being hated, don't give way to hating,
And yet don't look too good, nor talk too wise:

If you can dream--and not make dreams your master,
If you can think--and not make thoughts your aim;
If you can meet with Triumph and Disaster
And treat those two impostors just the same;
If you can bear to hear the truth you've spoken
Twisted by knaves to make a trap for fools,
Or watch the things you gave your life to, broken,
And stoop and build 'em up with worn-out tools:

If you can make one heap of all your winnings
And risk it all on one turn of pitch-and-toss,
And lose, and start again at your beginnings
And never breath a word about your loss;
If you can force your heart and nerve and sinew
To serve your turn long after they are gone,
And so hold on when there is nothing in you
Except the Will which says to them: "Hold on!"

If you can talk with crowds and keep your virtue,
Or walk with kings--nor lose the common touch,
If neither foes nor loving friends can hurt you;
If all men count with you, but none too much,
If you can fill the unforgiving minute
With sixty seconds' worth of distance run,
Yours is the Earth and everything that's in it,
And--which is more--you'll be a Man, my son!

Rudyard Kipling

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

FILME REPETIDO




Deu no O Globo: Christiane F. voltou às drogas. Aos 46 anos, a moça que viu sua história se tornar best-seller durante a década de 70, teve uma recaída e perdeu a guarda do filho de doze anos. Junto da matéria, uma foto atual da moça, bem diferente da que eu imaginei quando li o livro, muito tempo atrás.

Eu sempre gostei bastante de ler, mas confesso que sou um leitor esporádico. Deixa eu explicar: eu leio de tudo, todo dia. Jornal, blogs, receita de bolo... Mas livro, livro mesmo, é lá uma vez ou outra. Eu tenho minhas fases: quando dá na telha, compro uma livraria inteira e leio tudo, de uma assentada só. Aí vem um longo e tenebroso inverno sem folhear um livrinho sequer até o próximo surto.

Foi num desses "ataques" que eu conheci a história de Cristiane F. Início da adolescência, férias de janeiro, eu já tinha devorado uns quatro livros num curto espaço de tempo. Tudo título bobinho. De repente, me caiu nas mãos a história verídica daquela menina alemã, que ao invés de brincar de boneca, cheirava coca e injetava heroína na veia.

Não foi das minhas leituras mais agradáveis, mas tenho que admitir que o livro me prendeu pelo rabo e eu não consegui desgrudar os olhos até o ponto final. Deitado na rede debaixo da mangueira do quintal, eu torcia pelo final feliz de Christiane; ficava pau da vida a cada nova recaída; tinha nojo cada vez que ela se prostituía pra sustentar o vício; ficava na expectativa pelo happy end entre ela e Detlef...

O livro tem um final meio estranho. Algo fica no ar. A gente meio que fica sem saber o que realmente espera por Christiane. Ela conseguiu se limpar? Ela vai continuar se "picando"? ´

O fato é que grande parte da turma da moça foi pro buraco ainda muito jovem. Detlef parece que vive em Berlim, como motorista de ônibus, é casado e tem filhos e jura de pé junto que há mais de 20 anos que deixou as drogas.

Christiane ficou internacionalmente famosa graças à sua narrativa. Dizem que durante os anos 80, ela admitiu jamais ter largado o vício. Desde essa época eu nunca mais havia falado nela e pra mim, não fazia muita diferença se estava viva ou morta.

Eu costumo repetir minhas leituras. Tem gente que não gosta. Dependendo do livro, leio não só duas, mas três ou quatro vezes. Só "Os Meninos da Rua Paulo" devo ter lido uma dúzia. Mas "Christiane F., 13 anos, Drogada e Prostituída..." eu li uma só vez. E foi de bom tamanho.

Hoje cedo, passando os olhos no jornal e vendo que Vera Christiane Felscherinow estava se drogando novamente, tive a nítida sensação que essa leitura ainda não tinha terminado. E lembrei do final do livro, Christiane com os amigos reunidos numa pedreira, a imprensão que a história não terminava ali... E não é que não terminou mesmo?

domingo, 3 de agosto de 2008

KIND OF MAGIC


Brian May - Currículo invejável: Criador da própria guitarra, a Red Special, melhor guitarrista do mundo entre 2002-2006, graduado em Ciências Físicas e Matemáticas e Doutor em Astronomia.


Você já ouviu falar da Luz Zodiacal? Se não, fica frio... Você não é o único. Pra mim, isso tinha algo a ver com Horóscopo, até essa manhã, quando li a notícia da conclusão do doutorado de Brian Harold May, guitarrista do Queen. O cara havia interrompido seus estudos durante a década de 70 pra se dedicar ao sexo, drogas e rock'n'roll. Mas nerd que é nerd não renega as origens e o cabeçudo retomou a tese desenvolvida no Observatório do Teide e Izana, na ilha de Tenerife, nas ilhas Canárias.

Pros ignorantes de plantão, a Luz Zodiacal é uma fraca luminosidade visível no céu ocidental. O melhor período para observá-la é na primavera, depois que as luzes do pôr do sol desapareceram por completo. Trata-se do reflexo da luz solar nas partículas de pó presentes no plano do sistema solar.

Emocionado, May dedicou o diploma ao papai, à mamãe e ao Freddie Mercury: "Estou feliz por ter passado a minha vida tocando com o Queen, mas é extremamente gratificante ver a minha tese publicada".

sábado, 2 de agosto de 2008

SUDDENLY I SEE



Tadinha da Anne Hathaway... Não bastasse se envolver com um picareta, ainda está passando a vergonha de ver suas "intimidades" escancaradas pra meio FBI... Explico: fotos da atriz de "O Diabo Veste Prada", foram confiscadas na casa do seu ex-noivo, Raffaelo Follieri, preso por suspeita de fraude e lavagem de dinheiro.

Nas fotos, a mocinha aparece em poses pra lá de picantes. Segundo o "National Enquirer", a atriz pediu que o irmão tentasse interceptar as imagens, mas o FBI foi mais rápido.

Azar dela. Sorte deles...

domingo, 20 de julho de 2008

AMIGO...

Há uns dois anos atrás, aproveitando que havia sobrado um a mais no
bolso, mudei o meu destino nas férias do meio do ano: ao invés da
Cabo Frio de sempre, peguei um avião e fui para Buenos Aires, dançar
tango e comer empanada. Adorei a cidade, mas não sei se fiz a escolha
mais acertada. Peguei um frio desgraçado e só de lembrar que àquela
altura do campeonato, o resto da família tostava debaixo do sol, tinha
vontade de interromper as "vacaciones" ali mesmo e voltar direto pra
casa...
Buenos Aires é linda; a cidade nunca dorme, tem gente bonita e bem
vestida pra tudo que é lado (bom, nem tanto assim), mas o que mais me
impressionou foi o Dia do Amigo deles. Os nossos hermanos portenhos
levam a data a sério de verdade! Na noite do dia 20 de julho, eu
tentava de tudo que é jeito comer uma simples pizza. Mas o diabo era
que em tudo que é lugar havia filas homéricas na porta; o povo
animado, conversando e rindo alto, numa confraternização que pra mim,
brazuca, não tinha lá muito sentido.
Tá ok, eu conhecia o Dia do Amigo. Todo ano tem alguém que lembra da
data e passa um fio, manda um torpedo ou um email. Mas eu não lembrei
de nada disso, naquele instante. Quando finalmente, altas horas, eu
consegui entrar em algum restaurante, perguntei ao garçom o que tava
acontecendo, que parecia que a Argentina em peso tinha saído pra comer
e beber aquela noite. O garçom, como se eu fosse marciano, respondeu
que aquele era o Dia do Amigo, ora. Até aí morreu Neves. 20 de julho
também é Dia do Amigo aqui, mas eu nunca tinha visto algo semelhante.
Em Buenos Aires, eu vi um movimento parecido com o Dia dos Namorados
daqui, quando formam-se filas e filas nos cinemas, churrascarias e
motéis. Depois, graças à Santa Internet, eu descobri o motivo: o
criador da coisa foi um argentino, Enrique Febbraro, que criou a data
em homenagem à chegada do homem à lua.
Tanta volta só foi pra te mandar esse email e te lembrar que você é
meu amigo. E agradecer pela sua amizade. Amigo não se faz, amigo se
reconhece, já diz o poeta. Então, por tudo que já fizemos, por tudo
que já vivemos e que vamos viver, o meu muito obrigado. E pode ter
certeza de uma coisa: sua amizade torna a minha vida mais leve e
feliz. Parafraseando Shakespeare, só pra terminar bonito: "Eu aprendi
que não importa quanta seriedade a vida exija de você, cada um de nós
precisa de um amigo brincalhão para se divertir junto."

Feliz Dia do Amigo, amigo(a)!!!

quarta-feira, 19 de março de 2008

JUDAS OU JOANA?


O Traidor de Jesus: Judas ou...

Páscoa se aproximando, amanhã ponto facultativo... Ô, vidinha mais ou menos! Aproveito a oportunidade pra dar uma bombada nesse blog que anda cá, meio largado às moscas... Como se não tivesse algo mais interessante pra fazer (dia 30 encerram-se as inscrições pro concurso de peças da FUNARTE e eu aqui, arrumando assunto prum novo post!), sento a bunda na frente do pc e penso, penso, penso... Sei lá porque, me ocorre a figura de Judas. É, ele mesmo, o Iscariotes. O traidor. O filho da mãe. O X-9.
Nâo tô a fim de dar uma de catequista pra ninguém, até porque todo mundo sabe quem foi Judas. Um dos 12 apóstolos, o alcaguete que entregou Jesus aos seus inimigos por uma merreca. Depois, conta-nos a história, foi se enforcar, numa amendoeira. Pobre amendoeira...
Ok, até aí morreu Neves. Mas o curioso da história, foi a versão que ouvi noutro dia, de um amigo espírita. Segundo ele, depois de dar cabo à vida, Judas foi dar expediente no Vale dos Suicidas. Sim, lá mesmo aonde o Alexandre d'"A Viagem" foi parar. Não demorou muito e Jesus deu as caras por lá. Os dois conversaram, se acertaram e o traidor arrependido ganhou a oportunidade de voltar à Terra. E pasmem: sua última encarnação foi como, nada mais, nada menos que... Joana D'Arc! A aldeãzinha pobre de Domrémy,que ouvia vozes e lutou pela França, na verdade não passava do barbado do Judas!
Eu não tô aqui pra criticar a religião de ninguém, mas sei lá... Joana D'Arc, Judas? PeloamordeDeus!
De qualquer modo, taí a informação, a título de curiosidade. Duvido que tenha mudado a sua vida, mas custa nada, né?
Pra terminar, só uma informação: o nome ISCARIOTES pode significar ''de Cariote'' (uma cidade no sul da Judéia, Kerioth); ''de Jerusalém'' e ''dos sicários'', nome de um grupo zelote, terrorista e assassino. Também pode ser ''homem falso'' ou ''duro'' do aramaico Yshqaraya e ''entregador'', do hebraico Sakar.
Tudo a ver, né?
Tá vendo? Marcelo também é cultura! Inútil, mas é...


... Joana???

quinta-feira, 13 de março de 2008

COMPOSITOR DE DESTINOS


O tempo é mesmo uma merda... Ele passa voando e quando a gente se dá conta... já foi!
Tive essa sensação quando, noutro dia, conversando com minha mãe sobre o Karatê Kid, falei que tinha visto o filme no cinema há mais de vinte anos atrás. A velha soltou um "caraca" que me deixou puto da vida (afinal, o que são vinte aninhos pra ela?), mas aí tive a noção que eu não sou mais o garotinho que vivo pensando que ainda sou. Até um tempo atrás, eu não conseguia me referir a coisas que tinham acontecido há duas décadas passadas. Quando se tem 25 anos, por exemplo, é complicado. Mas depois dos 30, a coisa muda de figura. A gente já tem uma história - e uma história razoavelmente grande, essa é a verdade.
Sempre fui nostálgico e tenho amigos que me pegam no pé por isso. Não tenho o menor problema com o presente (e muito menos com o passado). É, porque existem pessoas que tem verdadeira ojeriza de lembrar quem eram ou o que faziam há algum tempo. Também não compartilho da sensação de "eu era feliz e não sabia". Sou um cara tranqüilo, tentando escrever sua história, caminhando o meu caminho, mas que curte à beça sentar com os amigos e relembrar as desventuras dos "verdes" anos. O grande problema é que eu tenho boas histórias pra contar... Fazer o que, né? Tenho culpa se eu tive bons momentos? Tenho culpa se eu ri mais do que chorei? É, porque ninguém gosta de lembrar do que foi ruim. Quem tem saudade de um tratamento de canal? Só louco...
Aí, algum babaca aparece dizendo que o meu problema é envelhecer. Talvez seja. No fundo, no fundo, todo mundo tem problema com isso. Mas tem jeito não. O cabelo tá cheio de fio branco, o rosto não é tão mais lisinho... O grande consolo é que tem gente que melhora com o tempo e... francamente? Creio sinceramente que eu seja um desses. Não troco o Marcelo de 20 pelo de 30...
Meu grande grilo com o tempo é saber que ele passa. Eu tô numa escola há dez anos. Dez anos cravados. Já vi aluno entrar, sair, outros casarem e terem filhos, outros terem filhos sem casar, alguns morrendo... Mas a ficha caiu quando, semana passada, chega uma professora nova. Ex-aluna da escola. E agora professora.
É, Marcelo, o tempo passa. Passa não, ele voa. Não é a toa que um dos grandes problemas filosóficos seja exatamente a passagem do tempo, a maneira como ele flui. Eu, como tô de saco cheio de Filosofia, deixo essas questões pra quem gosta. Eu fico aqui, impressionado, soltando um putaquipariu a cada minuto, inconformado como tudo passa tão rápido nessa vida. Inclusive a postagem desse blog. Porque ser presente é ser presente no presente, ter sido futuro no passado e vir a ser passado no futuro. Ser presente no presente é ser presente no presente no presente, ter sido futuro no passado no presente, vir a ser passado no futuro no presente e pararapararapararaparara... e tenho dito!

sexta-feira, 7 de março de 2008

DOIDÃO, EU!?!


Doidão, eu!?!

Uma vez, lá pelos meados da década de 90, eu li uma reportagem do ex-chefe de Polícia Civil Hélio Luz, em que ele dizia que "Ipanema brilha à noite", numa alusão ao alto índice de consumo de drogas da burguesia carioca. Era o tempo do João Estrela , se não me engano. Agora, tão dizendo por aí que o "Sinai" também brilhava à noite. Pelo menos é o que afirma um tal de Benny Shanon, especialista em psicologia cognitiva da Universidade Hebraica de Jerusalém.
Tudo bem que ultimamente, o pessoal anda pegando pesado... Depois do Código da Vinci, eu espero tudo! Espalhar por aí que Jesus teve um rolo com Maria Madalena e dessa história nasceu uma menininha, pra mim, era o cúmulo do absurdo! Mas também falar que Moisés tava doidaço, quando abriu o Mar Vermelho é brabo!
Líderes religiosos do mundo inteiro sentiram-se ofendidos. O rabino Yuval Sherlo disse à Radio Pública de Israel que "a teoria é absurda e nem merece uma resposta séria". De acordo com o rabino, a publicação da teoria de Shanon "põe em dúvida a seriedade tanto da ciência como da mídia".
O pior de tudo é que o tal professor põe a culpa no Brasil, pela sua "descoberta": Tudo começou quando estive no Brasil em 1991, a convite da Unicamp, para dar uma palestra sobre linguagem e pensamento", afirma Shanon.
"Depois da palestra, viajei pelo Brasil por dois meses e experimentei pela primeira vez o chá do Daime em Rio Branco, no Acre."
Também participei de rituais religiosos e espirituais do Santo Daime, apesar do fato de que não sou adepto de nenhuma religião", acrescenta o pesquisador.
"Tinha 42 anos naquela época, e a experiência mudou a minha visão do mundo", afirma. Comecei, então, a pesquisar os efeitos dessa planta sob o aspecto da minha área, a psicologia cognitiva."
Muitas pesquisas já foram feitas sobre os efeitos da planta, mas principalmente na área da antropologia, e não da psicologia", diz Shanon.
"Os antropólogos geralmente escrevem apenas por meio da observação, mas sem experimentar, eles próprios, a substância", avalia o professor titular da Universidade Hebraica. "Acho que é como escrever um livro sobre música sem ouvir música."
Desde 91, Shanon diz que, vira e mexe, aparece por aqui, e afirma que já ingeriu o chá do Daime mais de... 100 vezes!
Pra mim, tudo isso é desculpa de cientista chapado! Gosta do barato e ao invés de assumir, põe a culpa no pobre do Moisés, que tava lá, quietinho, quietinho, no Antigo Testamento: "Eu gosto, mas ele também curte!"
Agora só no resta esperar, ver no que vai dar todo esse falatório. E também aguardar, qual será a próxima figura da Civilização Judaico-Cristã a ter sua memória esculachada pra Deus e o mundo...
Sansão usava interlace? Caim matou Abel em legítima defesa? O ritmo preferido de Davi era o Calipso???
Cruz credo...

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

OS BONS MORREM JOVENS

Saiu dia desses no jornal que o número de brasileiros com mais de 100 anos tem aumentado consideravelmente nos últimos tempos. Engraçado que, nesse mesmo dia, eu conversava com uma grande amiga sobre idade. Me negando a repetir um bom prato de arroz, feijão e carne assada, deixei a pobrezinha meio ressabiada: "Tá doente, é? Negando comida..." E eu logo tratei de explicar: "Imagina... É que já passei dos trinta!" Essa minha declaração gerou uma imensa discussão que durou toda a tarde e quase entra noite adentro. "Qual o problema com os 30?", perguntava ela, revoltada. "Quase nenhum", eu me explicava. "Apenas seu corpo pára de funcionar como antes, o metabolismo fica mais lento, você começa a perder massa muscular, etc, etc e etc."
O debate terminou empatado. Ninguém convenceu ninguém. Ela foi pra casa achando que fazer 30 era o mesmo que fazer 10. E eu achando que devia maneirar na comida, porque senão não haveria santo que me fizesse perder a barriga... porque eu já tinha passado dos trinta!
Talvez minha amiga não esteja toda errada e ter adentrado a terceira década de vida não seja de todo ruim. Tá ok, todos aqueles argumentos lá de cima são reais. O corpo não é mais o de um adolescente! Uma feijoada já não digere com tanta facilidade, a pele começa a dar os primeiros sinais de cansaço, alguns fios brancos teimam em aparecer... mas se pensarmos no número de pessoas que se vão antes dos 3.0...


Noel Rosa: sou feio, mas tô na moda!


O primeiro que cá me ocorre é o Noel. O Poeta da Vila viveu intensamente seus 26 anos. Bebeu, cantou, compôs muito, amou mais ainda e morreu jovem e tísico. Em compensação, é considerado um dos maiores compositores de todos os tempos, unindo a música do morro com a do asfalto. Podia estar aí, vivinho da silva, do alto de seus 98 anos... Ora, se Niemeyer e Dercy estão aí, firmes, fortes e centenários, porque o eterno boêmio não poderia estar? Mas se foi, cedo demais...


Dolores: Dormiu tanto que morreu...

Dolores Duran foi outra que fez a viagem muito nova, mal tendo completado 29 primaveras. Símbolo maior do samba canção, dor de cotovelo, fossa ou como preferir, a compositora morreu dormindo. Reza a lenda que chegando da farra às sete da matina, recomendou à empregada que não a acordasse nem por decreto: "Vou dormir até morrer!" E morreu mesmo, vitimada por um ataque cardíaco. A também cantora e amiga pessoal Maysa desabou. Mas, como o show não pode parar, entrou no palco e homenageou a companheira com os versos "Dá-me Senhor uma noite sem pensar/dá-me Senhor uma noite bem comum/uma só noite em que eu possa descansar/sem esperança e sem sonho nenhum" (Noite de Paz). Produziu como nunca nos dois últimos anos de vida e foi apontada por Ella Fitzgerald como a maior interpréte de "My Funny Valentine".


Joplin, Morrison, Cobain, Jones e Hendrix: Sweet Twenty Seven.

Nos States, também não foram os poucos que abotoaram o paletó de madeira antes do tempo... Pra muita gente, fazer 27 anos é perigoso, graças ao trio Hendrix-Joplin-Morrinson. Ricos, famosos e promissores, os três roqueiros foram pro além com a mesma idade, graças ao famoso conquetel Drogas, Sexo and Rock'n'Roll... E como esquecer de River Phoenix e do recém-passado Heat "Brokeback Mountain" Ledger? E Kurt Cobain? Brian Jones? Todos mortos ainda na casa dos 20?
Pois é... Quem sabe minha amiga é que não tem razão? Não é tão ruim assim ter passado dos trinta... E toc, toc, toc!!!

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

E VOCÊ, JÁ ACHOU SEU PONTO G?


Descubra seu ponto G... Você vai me agradecer!


Cientistas italianos juram que descobriram o ponto G. E dessa vez não tem lero-lero! É no duro, preto no branco...
Um estudo publicado pela revista especializada New Scientist, traz o Dr. Emmanuele Jannini afirmando que até a presente data, não havia nada de conclusivo sobre a localização do dito ponto G. No entanto, exames de ultra-som comprovaram que ele existe sim e se estimulado, pode te levar à loucura!
Os testes foram feitos em dois grupos de mulheres: o primeiro grupo era formado por moçoilas que alcançavam orgasmos múltiplos com uma certa freqüência e o segundo por mocinhas que nunca haviam sentido sequer cócegas na região.
Os exames das moças do primeiro grupo revelou espessamento do tecido uretrovaginal. Para o ginecologista isso quer dizer que mulheres sem qualquer sinal visível de espessamento dessa área, não são capazes de ter orgasmo vaginal.
- Pela primeira vez, é possível determinar por um método simples e barato se uma mulher tem o ponto G ou não - diz Jannini.
No entanto, há controvérsias. Especialistas desafiam a teoria.
- O estudo é intrigante, mas não significa necessariamente que mulheres que não têm orgasmo não têm o ponto G - diz Beverly Whipple, da Universidade de Rutger, uma das criadoras do termo “Ponto G”.
Dra. Whipple pede que todas as garotas se estimulem sexualmente e repitam os exames, já que a área pode “inchar“ com a pressão física.
- Futuramente, poderá se provar que todas nós temos o ponto G!!!
Portanto, meninas... mãos à obra!!!

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

ADEUS ÀS ARMAS...


Fidel e Che: tête a tête.


O ano: 1959. Fidel Alejandro Castro Ruz e seus companheiros eram aclamados pelo povo como heróis nacionais. Era o fim de uma ditadura que já durava sete anos, comandada pelo presidente Fulgêncio Batista. Pobres cubanos! Mal sabiam o que estava por vir... O lugar de Batista teria outro ocupante por quase cinco décadas! As diferenças entre os dois governos eram muitas, mas podem ser exemplificadas num dado bem simples: há 50 anos atrás, de quatro cubanos, um não sabia ler nem escrever. Hoje, a educação da "ilha de Fidel" tornou-se referência em todo o globo...
A história nos conta que Fulgêncio Batista e seus cupinchas recebiam comissões financeiras dos Estados Unidos pelo comércio do açúcar. Os revolucionários, graças ao forte apelo junto ao povo, conseguiram derrotar o Exército Cubano e implementar em 18 meses, medidas drásticas como reformas agrária e urbana e estatização de empresas. A partir daquela data, cada um era dono da casa em que vivia. Se o camarada possuísse mais um imóvel, perderia a propriedade e receberia uma espécie de indenização do governo, por toda a vida. Quem tivesse três imóveis levava literalmente um pé na bunda e neca de pitibiriba! Já a reforma agrária determinava que todas as propriedades deviam ter até 402 hectares. Passou disso, passava-se o rodo! Foi a gota-d´água pros americanos. A United Fruit Company, multinacional da terra do Tio Sam, sozinha, possuía cerca de 200 mil hectares de latifúndio! Sem terra e sem indenização, o governo yankee corta relações com a Cuba de Fidel.
Era a hora da União Soviética ganhar a cena, afinal estávamos na velha e boa Guerra Fria. Os comunistas passaram a oferecer ajuda como comprar "cotas" de açúcar e a fornecer petróleo a preços mais baixos.
O fato é que o governo de Fidel conseguiu ao longo de quase meio século de vida, impressionantes índices sociais. Favela, tráfico de drogas? Fala sério... Mas tudo a preços bem altos: os cubanos não tinham acesso a coisas simples como... bobes de cabelo, por exemplo! É conhecido, o hábito das mulheres da ilha usarem rolos de papel higiênico para encaracolar as madeixas...
Só pra comparar: De acordo com a ONU, em 2003, a mortalidade infantil de Cuba era de 6,2 habitantes para cada 1000. No Brasil, esse índice era de 28,6 por 1000. 98% das casas cubanas possuíam instalações sanitárias adequadas, contra 75% das brasileiras. Em 2006, Cuba obteve a 50ª colocação no ranking de IDH. Brasil, 69º.
Analfabetismo cubano, 0,02%. Brasileiro: 13,7%.
Mas, pra que fique bem claro que isso aqui não é propaganda política gratuita, custa nada lembrar dos horrores que levaram centenas de cubanos a abandonarem sua terra. De assassinatos coletivos a estado de sítio, os cubanos comeram o pão que o diabo amassou. As Umaps (Unidades Militares para Ajuda e Proteção) criadas durante a década de 60, dividiam os opositores do regime em três categorias: homossexuais, religiosos e cidadãos com pouca instrução. Eram submentidos a trabalhos forçados e ficavam confinados numa espécie de campo de concentração. A pressão das organizações pelos direitos humanos pôs fim à prática. Além do mais, se eu vivesse na ilha, certamente esse post não seria publicado. Liberdade de imprensa era coisa que não existia por lá.
Hoje essa história parece chegar ao fim. Só parece, dizem os analistas políticos. Fidel anunciou que está saindo de cena, mas o "castrismo" não. Ao que tudo indica, será outro Castro quem ocupará a cadeira presidencial: Raul, irmão do barbudão. Um só partido político existe, o Comunista Cubano. Resumo da ópera: pelo andar da carruagem, o velho general que, aos 13 anos, pediu numa singela cartinha ao presidente americano Roosevelt que lhe enviasse "uma nota verde de dez dólares", ainda assombrará por muitos e muitos anos, o sono dos nuestros hermanos...

domingo, 17 de fevereiro de 2008

ÍNDIO QUER APITO, SENÃO O PAU VAI COMER...

Ultimamente, pouco tenho visto os noticiários da TV. Tento ficar por dentro do que rola mundo afora através do jornal (lido religiosamente todo santo dia às seis e meia da manhã, se me entendem!) e da internet, que é aonde tenho passado a maior parte do meu tempo... Porém, toda noite, às sete em ponto, eu largo tudo o que eu tô fazendo e sento a bunda no sofá. É que a Leilane Neubarth entra no ar, apresentando o RJ TV 2ª Edição e eu não resisto àquelas duas bolas de gude azuis (ou serão verdes?) que a moça ostenta no lugar de olhos. Leilane é inteligente, articulada, simpática e ainda por cima é linda. A única coisa que não ajuda é o cabelo. Não que eu deteste o cabelo da Leilane, pelo contrário. Mas os cabeleireiros da Globo é que parecem não gostar dele, inventando cada penteado que ninguém merece... Quando parece que você já viu tudo, é só ligar o aparelho e lá esta dona Leilane, com um rabo postiço ou com a juba armada. Uma pena...
Mas o que tem a ver a Leilane - e o seu cabelo - com o meu post? Nada. O que me chamou atenção dia desses, foi uma reportagem sobre fisacalização na Rodoviária Novo Rio. Era a prefeitura e o Governo do Estado juntos, coibindo a desordem urbana naquela área. Era um tal de camelô chorando, um tal de "gato" sendo cortado. Até descobriram esconderijo de bandido debaixo de viaduto! Mas a cena que me chamou a atenção foi a de alguns moradores de rua sendo recolhidos para um abrigo. No meio deles, uma índia velha, se negando a ser levada pelos fiscais. Pelo que a Leilane falou a índia vinha do Mato Grosso.
Daí, como mente desocupada só pensa besteira, resolvi escrever um post sobre índios famosos. Sim, porque a índia do RJ já é famosa. A uma hora dessas, o pessoal da sua tribo deve estar em polvorosa... Não é todo dia que se aparece na televisão em pleno horário nobre!


Touro Sentado: Chefe, ator e seguidor de seita.

Índios famosos tem muitos. O primeiro que me ocorre é o Touro Sentado. De grande guerreiro Sioux que conduziu quase quatro mil homens contra o Sétimo Regimento ao "astro" do show de Búfalo Bill, Touro Sentado terminou seus dias como seguidor de uma seita que dizia que os "cara pálidas" seriam engolidos pela terra. Tanto fanatismo causou sua morte. O governo americano não digeriu muito bem a história de ser engolido pela terra e mandou prender o pobre Touro, que acabou morrendo baleado.


Juruna: "Tá tudo gravado, tá tudo gravado!!!"

Na terra Brasilis, como esquecer do saudoso Mário Juruna, o primeiro índio deputado federal? Sempre com um gravador na mão, o Xavante registrava tudo o que o homem branco prometia, pra depois cobrar... Mas se queimou feio quando subiu no palanque com o Maluf, numa campanha presidencial. Contam por aí, que morreu pobre e sozinho, abandonado pelo seu povo...


Raoni: fixação por orelhas.

Na linha "celebridades indígenas", o Caiapó Raoni tem lugar cativo. Queridinho do Sting com quem rodou a Europa inteira, Raoni protagonizou uma cena digna de pastelão, quando numa reunião com o então Ministro do Interior Mário Andreazza, puxa-lhe a orelha e diz :"Aceito ser seu amigo. Mas você tem de ouvir índio". Outro que provou da puxada de orelha do Cacique, foi o presidente da FUNAI Mário Lacerda. Hoje, existe um projeto de uma fundação com seu nome, no Parque Nacional do Xingu, que abrigaria hospital, escola, centro de pesquisas, etc...


Paulinho Paiakan: Polêmica.

Mas nem tudo são flores nessa postagem... Em 1992, às vésperas da ECO-92, Paulinho Paiakan, também da tribo dos Caiapós, era acusado de violentar e estuprar uma jovem de 18 anos. A imagem de líder e defensor dos direitos indígenas e ambientais, foi por água abaixo. Paulinho cumpriu dois anos de pena em regime domiciliar, depois foi absolvido. Anos mais tarde porém, foi julgado novamente e seu crime considerado hediondo. Desde então, Paulinho vive na aldeia caiapó A-Ukre e a FUNAI,graças à recente decisão a respeito da possibilidade de se conceder progressão de regime a crimes considerados hediondos, entrou na Justiça, solicitando a progressão do regime de cumprimento da pena, já que o cacique cumpriu 2/6 do seu total.


Cacique Cobra Coral: espírito meteorologista

Outro que merece destaque é um índio digamos que... nada convencional. O cacique Cobra Coral é um espírito que já foi de Abrahan Lincoln e de Galileu Galilei e que hoje dá plantão na Fundação que leva o seu nome. A médium Adelaide Scritori incorpora o indígena e é capaz de dizer se vai chover ou não. Sua fama é tanta que já rompeu as fronteiras brasileiras e conquistou gente como Tony Blair e Margareth Thatcher!


Araribóia: perninhas cruzadas.

Agora, pra fechar bonito, o meu, o seu, o nosso Araribóia. Quem já andou pelas bandas de Niterói,com certeza já topou com a estátua do índio, braços cruzados, olhando pro Cristo Redentor do outro lado da Baía... Pois é, segundo a história nos conta, Araribóia foi grande aliado dos portugueses na luta contra os franceses e como recompensa recebeu da Coroa a sesmaria de Niterói. Terminou seus dias, arrancando rabo com o Governador-geral da Repartição Sul do Estado do Brasil, porque sentou de perninhas cruzadas durante uma cerimônia oficial. Fulo da vida, jurou nunca mais pôr os pés na cidade e voltou pra sua terrinha. Agora, a nota que seria cômica se não fosse trágica: o velho guerreiro morreu afogado enquanto se banhava nas águas da Ilha de Mocanguê... Estaria Araribóia de barriga cheia e sofrido uma congestão???

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

PRENDAM O MONTEZUMA!!!


Tá virando rotina. Aliás, já virou, faz tempo... Infelizmente. Dia sim e outro também, a gente abre o jornal ou liga a TV e se depara com mais uma bomba. Dessa vez, a vítima estava na sala de casa, quietinha, jogando vídeo-game. Ágata Marques tinha 11 anos e levou um tiro durante operação do CORE na favela da Rocinha. A família tentou socorrê-la, mas ela morreu antes de dar entrada no Hospital Miguel Couto. Não se sabe de onde partiu a bala que atingiu a criança, mas um inquérito será aberto e todas as armas dos policiais poderão ser encaminhadas ao Instituto Carlos Éboli. Duas pessoas foram presas e drogas e pistolas apreendidas.
É redundante, mas estamos vivendo em plena guerra civil. É urgente se encontrar instrumentos legítimos e eficientes que ponham fim ao verdadeiro "estado de sítio" em que nos encontramos.
Durante a ação policial que resultou na morte da menina, o governo abria inscrições, na favela, para para postos de trabalho nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC. É público e notório que a violência tem muitas causas e é louvavel que nossos governantes busquem soluções para o "abacaxi". Agora, o que não dá, é achar que uma só é a solução.
A maioria das pessoas associa a violência ao tráfico de drogas - e elas têm razão de pensar assim. Pesquisas apontam que nos lugares aonde o tráfico é atuante, a criminalidade é maior. Alguém já falou uma vez que, no Rio, cerca de 60 % da cidade, tem algum tipo de conexão com a droga.
No meio disso tudo, surgem os debates apaixonados. Alguns acham que a legalização é o caminho pra redução da violência (um deles foi o próprio Governador do Estado); outros pensam que isso seria um verdadeiro tiro no pé e sempre apontam a Holanda como exemplo, aonde a superoferta só fez aumentar o consumo...
Reza a lenda que o grande culpado dessa merda toda foi o Montezuma. Sim, Montezuma, o imperador asteca! Ou você nunca ouviu falar da Maldição de Montezuma? É verdade que existem muitas versões pro mito... Tem gente que diz que a verdadeira maldição de Montezuma é passar o 31 de dezembro sem pegar ninguém! Outros falam que é um piriri maldito que ataca os turistas que ousam beber água em terras mexicanas. Mas a versão mais difundida é a que diz que, o pobre "Monte", desesperado por ver a velha e boa Tenochitlan nas garras de Cortez e do seu exército, rogou a praga que nos persegue até hoje... O tabaco e a cocaína.
Por isso, da próxima vez que você, puto da vida, xingar o presidente, o governador, a polícia ou o traficante, jurando que vai sair do Rio e se meter na primeira roça que encontrar, pra plantar banana nanica e batata doce, inclua o Montezuma na sua lista negra. Afinal, a culpa é dele também. Dele e da sua boca maldita...

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

PLÁSTICA ÍNTIMA


Ângela Bismarck: Sayonara!

Primeiro foram os olhos. Ângela Bismarck queria adentrar a Marquês de Sapucaí como uma verdadeira gueixa. Não deu outra: domingo de carnaval, lá tava ela, olhinhos puxados, desfilando pela Porto da Pedra. Mas, pra quem acha que essa foi demais, prepare-se pra saber qual será a parte do corpo que a "modelo" vai bulir dessa vez: o hímen. Isso mesmo que você leu, hí-men. A pobrezinha quer voltar à ser virgem e por isso vai se submeter à uma intervenção cirúrgica (segundo suas contas é a 43ª, mas há fortes rumores que o número já passe da casa das 7.500...) para reconstituí-lo. Ou seja,reforma geral na periquita!
À uma altura dessas você já deve estar se perguntando o que leva uma criatura a um ato dessa espécie. A própria Ângela explica: "Quero satisfazer a fantasia do meu marido!" E completa: "Que eu seja um incentivo pras mulheres que pensam em fazer o mesmo..."
Sorte dela ser casada com um cirurgião plástico, pois até onde eu saiba o SUS não cobre esse tipo de procedimento. Aliás, a mocinha só casa com cirurgião plástico, hein? O que será que ela tem contra os motoristas, professores, garis, trocadores e et cetera?
Agora, se alguma mocinha que lê essas mal traçadas linhas tá a fim de fazer o mesmo , mas não tem pra quem apelar, custa nada tentar seguir os conselhos da velha e boa sabedoria popular.


Barbatimão: santo remédio!

Segundo as "más línguas", o barbatimão é um santo remédio. Basta preparar um chá bem forte, encher uma bacia e mandar brasa! O problema é encontrar a planta, já que barbatimão não dá em qualquer esquina. Pior: Há ainda a chance de se confundir a erva com um mato qualquer e correr o risco de pegar uma ziguizira na pobrezinha...


Pedra Hume: Só um real!

Ainda na linha "gaste pouco, mas volte a ser virgem", existe a pedra-hume, tão utilizada por nossas avós, que também dizem ser tiro e queda. Basta um pequeno pedaço aplicado no local e... voilá! Tu é "moça" novamente...
Agora, se você é uma mulher moderna e sofisticada, porque não escolhe o Virgin Again? Carro chefe das sexy shops do Oiapoque ao Chuí, o creme promete milagres e mantém um séquito de usuários fiéis há bastante tempo, como R (nome fictício): "É o melhor produto que eu usei, esse sim dá até trabalho pra seu parceiro, haushaushaushaus."


Virgin Again: o nome já diz tudo!

Em todo caso, vale lembrar que eu não tenho nada a ver com isso! A perereca é sua e você é responsável por ela! Por isso não adianta reclamar se alguma das experiências acima não forem bem sucedidas...
Enquanto isso eu fico aqui esperando pela próxima plástica de nossa querida Ângela Bismarck. Bolão pra adivinhar aonde será? Verruga na ponta da orelha? Unha encravada? Cérebro? Faça a sua aposta!

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

BUNDA RETOCADA


foto original - Art Shay, 1952


Deu no UOL: foto da poupança de Simone de Beauvoir cria polêmica em Paris!

Quase sessenta anos depois, uma foto de Madame Beauvoir, de costas, peladona no banheiro, gera um verdadeiro quiprocó na Cidade Luz. E não foi necessariamente pelo derrier da moça à mostra, mas sim pela photoshopada que deram no traseiro da coitada... A foto ilustra a capa de uma das edições de janeiro da revista “Le Nouvel Observateur” e foi clicada pelo americano Art Shay em 1952, sem a permissão da dona da bunda!
O mesmo artifício já havia sido usado com Jean-Paul Sartre, um dos consortes da feminista , em 2005, quando os politicamente corretos de plantão arrancaram um cigarro da boca do pobre filósofo.
Tô postando as duas fotos - a original e a retocada (que infelizmente é muito pequenininha). Dêem suas opiniões. Dona Beauvoir merecia ter suas nádegas photoshopadas?


Le Nouvel Observateur - nº 2252, Janvier 2008

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

FREEGAN... PERO NO MUCHO!





Sabe aqueles dias em que você acorda com a macaca e que a melhor coisa que você podia ter feito era continuar debaixo do lençol? Agora, imagine que esse dia não é uma quarta ou uma quinta-feira qualquer, mas sim uma bela duma segunda filha da puta, daquelas em que você preferiria mil vezes que o teto lhe caísse pela cabeça abaixo do que levantar e ter que tomar o rumo do trabalho... Pra piorar o quadro, some-se a isso o fato de ter que voltar ao batente depois de mais de um mês de férias, num dolce far niente sem hora pra acordar e dormir...
Pois hoje foi esse dia. E é em dias como esse que eu reavalio profundamente a vida que eu venho levando... Parece brincadeira mas é coisa séria. Tá tudo arrumadinho aqui na minha cabeça, agora só falta coragem pra pôr a coisa em prática.
A escola em que eu trabalho fica em frente a um morro. Morro mesmo, sem casa, sem barraco, só mato, árvore e uns carinhas que vez ou outra insistem em pular de parapente lá de cima. E foi olhando pra esse morro que numa dessas segundas sem lei, me ocorreu o insight. Era hora de largar tudo. Trabalho, patrão, contas e seguir montanha acima. Sem preocupação com o horário de pular da cama. Sem dor de cabeça com o vencimento das faturas do cartão de crédito. Sem o malabarismo de apertar aqui, esticar ali pro orçamento não estourar no fim do mês. Plantar pra comer, comer pra viver seria o suficiente. Roupa pra quê? Eu nasci pelado! E na minha sociedade, tamanhos, circunferências e diâmetros seriam medidas que não vigorariam, o que colocaria todos os homens em pé de igualdade...
Toda instituição seria abolida ou pelo menos reformulada. Podia até existir um governo pro oba-oba geral não ser instaurado. Mas nada que lembrasse os atuais prefeitos, governadores ou... Bom, deixa pra lá!
As moçoilas deveriam abrir mão de suas vaidades. Nada de depilação. Os pêlos seriam fartamente cultivados. E nada de alisamento na cabeça. Imagina a cena, um monte de mulher de cabelão black todo enfeitadinho com florzinhas brancas, uma fumaça de gelo seco subindo e de repente alguém entrando cantando “Aquarius, Aquariussssssss!!!!”
Não é que navegando na Internet descobri que essa minha filosofia de vida existe? São os freegans, algo como os vegans, só que, além de não consumirem produtos de origem animal e que não sejam testados em animais, os freegans abominam a economia industrial, a exploração dos homens e da terra, buscando uma vida mais natural , se alimentando sem os supermercados, se tratando sem as farmácias, trocando o carro pela caminhada, pela bicicleta, pelo velotrol, pelo skate ou até mesmo pela velha e boa carona. Também acham um absurdo o sujeito se matar pra trabalhar e metade da renda ir pro aluguel ou pro pagamento da casa própria durante 25 anos. Ao invés disso, preferem se instalar em casas abandonadas e aí criarem um verdadeiro centro comunitário reunindo atividades educativas, culturais e sociais, numa prática conhecida como “Squat.” E para eles também, nada vai pro lixo. Isso só gera mais e mais entulho. E é aí que se tem origem a estratégia freegan mais conhecida, chamada “colheita urbana” ou no popular... “mergulho em lixeira”! A organização “Food Not Bombs” (Comida, não Bombas) recupera alimentos que provavelmente iriam para a lixeira e os transformam em verdadeiros banquetes coletivos!
Agora, a característica freegan que mais me atraiu foi o que eles chamam de desemprego voluntário. Nossos amigos passam os dias se perguntando: “Pra que trabalhar tanto?” E nisso concordo com eles em gênero, número e grau. A filosofia freeganista vê o trabalho como sacrificar a liberdade para obedecer ordens de outros... E o que isso significa? Estresse, chateação, monotonia, um verdadeiro atentado ao nosso bem-estar físico e mental!
Taí... Gostei! Segunda-feira que vem me mudo de mala e cuia pro morrão em frente ao colégio... Uma vida nova me espera! Livre de aporrinhações e cobranças. Uma vida mais natureba, longe da sociedade de consumo e do capitalismo selvagem. Uma vida de verdade, sem livro de ponto pra assinar e patrão pra encher a paciência. Só não posso esquecer meu travesseiro de pena de ganso, meu repelente hipoalergênico e minha manteiga Président... Ah! E o meu ar condicionado portátil, é claro!

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

GENTE COMO A GENTE...

Dia desses, sem nada mais interessante pra fazer, turminha reunida em volta do aparelho de TV, surgiu uma dúvida cruel, assim, sem mais nem menos: "Por que a Globo não põe mais gente comum no Big Brother?" Tudo bem, houve um tempo em que as Cidas, os Thiagos, as Solanges e afins eram figurinhas fáceis no reality show da Vênus Platinada. Mas isso mudou, algumas edições pra cá. Uma vez ouvi falar que era mais justo assim. Quando se tem pobre na disputa, acaba rolando um sentimentalismo coletivo e a galera acha que quem merece ganhar é o rapazinho que é arrimo de família ou a moça desditosa que sustenta a mãe em estado vegetativo... Tudo bem, quem sou eu pra discutir a questão! Mas o fato é que, analisando mais de pertinho a trupe que tá confinada na mansão global, pode-se dizer que eles estão assim meio que... encaminhados na vida! A Gisele já rodou meia Europa e gravou até disco por lá; o Rafael Galego com aquela pinta de descendente direto do Comandante Matias Beck tem até consultório montado depois de formado; a Bianca com aquele estilo clubber não tem cara de pé-rapada, nem aqui nem na China... Enfim... Parece muito mais um cast de possíveis "celebridades" do que personagens da vida real!
O fato é que essa tendência parece estar ultrapassando as barreiras da televisão e chegando ao dia-a-dia. É incrível, mas hoje, todo mundo se parece com todo mundo! Tipo uniforme, na época do colégio? Eu revirei meus zoinhos, algumas semanas atrás, quando ouvi uma moça comentando com uma amiga, na fila do banco: "Hoje em dia tem cabelo ruim quem quer!" E não é que ela tá certa? É um nova raça que nasce, com os cabelos passados a ferro, os dentes ultra-hiper-mega brancos que doem até as vistas... Tudo gente fina, com canudo de MBA debaixo do braço e a "dolce vita" estampada nos álbuns dos Orkuts, como se fossem books de agência de modelo...
É estranho, sei lá, mas às vezes parece que eu tô no meio de um filme de ficção científica. Lembram do Charlton Heston, no planeta dos Macacos? Eu também caí de mala e cuia num planeta. Só que ao invés de símios, minha terra é dominada por um povo que tem a mesma cara, o mesmo cabelo, o mesmo cheiro... e claro, o mesmo sorriso, aquele que brilha até no escuro!
Como diria o velho e bom Fernando Pessoa: " Arre, estou farto de semideuses! Onde é que há gente no mundo? " Quem souber, por favor me responda: http://semnenhumsentido.blogspot.com ... Ou será que sou só eu "que é vil e errôneo nesta terra? "


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