quarta-feira, 13 de agosto de 2008

FILME REPETIDO




Deu no O Globo: Christiane F. voltou às drogas. Aos 46 anos, a moça que viu sua história se tornar best-seller durante a década de 70, teve uma recaída e perdeu a guarda do filho de doze anos. Junto da matéria, uma foto atual da moça, bem diferente da que eu imaginei quando li o livro, muito tempo atrás.

Eu sempre gostei bastante de ler, mas confesso que sou um leitor esporádico. Deixa eu explicar: eu leio de tudo, todo dia. Jornal, blogs, receita de bolo... Mas livro, livro mesmo, é lá uma vez ou outra. Eu tenho minhas fases: quando dá na telha, compro uma livraria inteira e leio tudo, de uma assentada só. Aí vem um longo e tenebroso inverno sem folhear um livrinho sequer até o próximo surto.

Foi num desses "ataques" que eu conheci a história de Cristiane F. Início da adolescência, férias de janeiro, eu já tinha devorado uns quatro livros num curto espaço de tempo. Tudo título bobinho. De repente, me caiu nas mãos a história verídica daquela menina alemã, que ao invés de brincar de boneca, cheirava coca e injetava heroína na veia.

Não foi das minhas leituras mais agradáveis, mas tenho que admitir que o livro me prendeu pelo rabo e eu não consegui desgrudar os olhos até o ponto final. Deitado na rede debaixo da mangueira do quintal, eu torcia pelo final feliz de Christiane; ficava pau da vida a cada nova recaída; tinha nojo cada vez que ela se prostituía pra sustentar o vício; ficava na expectativa pelo happy end entre ela e Detlef...

O livro tem um final meio estranho. Algo fica no ar. A gente meio que fica sem saber o que realmente espera por Christiane. Ela conseguiu se limpar? Ela vai continuar se "picando"? ´

O fato é que grande parte da turma da moça foi pro buraco ainda muito jovem. Detlef parece que vive em Berlim, como motorista de ônibus, é casado e tem filhos e jura de pé junto que há mais de 20 anos que deixou as drogas.

Christiane ficou internacionalmente famosa graças à sua narrativa. Dizem que durante os anos 80, ela admitiu jamais ter largado o vício. Desde essa época eu nunca mais havia falado nela e pra mim, não fazia muita diferença se estava viva ou morta.

Eu costumo repetir minhas leituras. Tem gente que não gosta. Dependendo do livro, leio não só duas, mas três ou quatro vezes. Só "Os Meninos da Rua Paulo" devo ter lido uma dúzia. Mas "Christiane F., 13 anos, Drogada e Prostituída..." eu li uma só vez. E foi de bom tamanho.

Hoje cedo, passando os olhos no jornal e vendo que Vera Christiane Felscherinow estava se drogando novamente, tive a nítida sensação que essa leitura ainda não tinha terminado. E lembrei do final do livro, Christiane com os amigos reunidos numa pedreira, a imprensão que a história não terminava ali... E não é que não terminou mesmo?

3 comentários:

Nath disse...

Como você adoro repetir leituras, mas não lí a história de Christiane novamente. Uma vez foi o suficiente. Também torcia por Christiane, lí o livro no começo da minha adolescência e me marcou muito, não consigo esquecê-lo. Forte... Intenso... Dolorido...
É com tristeza que recebo essa notícia. Será que agora saberemos o final? Ele será feliz?
abs,
Nath

Maria disse...

Essa foto é dela com 46 anos??? Até que heroína faz bem pra pele!

mdany disse...

olá boa noite!!
estava lendo seu artigo,realmente ela voltou ao velho "vômito" é uma lástima,eu vi a matéria tem uns meses atraz na record,eu não li o livro mas vi o filme,acho que se tivesse lido o livro não teria chegado ao fim,uma história muito triste,gosto muito de ler mas não costumo repetir os livros,gosto de ler as continuações mas não volto atráz na leitura mas acho interessante quem o faz,gostei do seu espaço me tornei sua seguidora para acompanhar mais de perto seus post!
Um grande abraço!