quinta-feira, 13 de março de 2008

COMPOSITOR DE DESTINOS


O tempo é mesmo uma merda... Ele passa voando e quando a gente se dá conta... já foi!
Tive essa sensação quando, noutro dia, conversando com minha mãe sobre o Karatê Kid, falei que tinha visto o filme no cinema há mais de vinte anos atrás. A velha soltou um "caraca" que me deixou puto da vida (afinal, o que são vinte aninhos pra ela?), mas aí tive a noção que eu não sou mais o garotinho que vivo pensando que ainda sou. Até um tempo atrás, eu não conseguia me referir a coisas que tinham acontecido há duas décadas passadas. Quando se tem 25 anos, por exemplo, é complicado. Mas depois dos 30, a coisa muda de figura. A gente já tem uma história - e uma história razoavelmente grande, essa é a verdade.
Sempre fui nostálgico e tenho amigos que me pegam no pé por isso. Não tenho o menor problema com o presente (e muito menos com o passado). É, porque existem pessoas que tem verdadeira ojeriza de lembrar quem eram ou o que faziam há algum tempo. Também não compartilho da sensação de "eu era feliz e não sabia". Sou um cara tranqüilo, tentando escrever sua história, caminhando o meu caminho, mas que curte à beça sentar com os amigos e relembrar as desventuras dos "verdes" anos. O grande problema é que eu tenho boas histórias pra contar... Fazer o que, né? Tenho culpa se eu tive bons momentos? Tenho culpa se eu ri mais do que chorei? É, porque ninguém gosta de lembrar do que foi ruim. Quem tem saudade de um tratamento de canal? Só louco...
Aí, algum babaca aparece dizendo que o meu problema é envelhecer. Talvez seja. No fundo, no fundo, todo mundo tem problema com isso. Mas tem jeito não. O cabelo tá cheio de fio branco, o rosto não é tão mais lisinho... O grande consolo é que tem gente que melhora com o tempo e... francamente? Creio sinceramente que eu seja um desses. Não troco o Marcelo de 20 pelo de 30...
Meu grande grilo com o tempo é saber que ele passa. Eu tô numa escola há dez anos. Dez anos cravados. Já vi aluno entrar, sair, outros casarem e terem filhos, outros terem filhos sem casar, alguns morrendo... Mas a ficha caiu quando, semana passada, chega uma professora nova. Ex-aluna da escola. E agora professora.
É, Marcelo, o tempo passa. Passa não, ele voa. Não é a toa que um dos grandes problemas filosóficos seja exatamente a passagem do tempo, a maneira como ele flui. Eu, como tô de saco cheio de Filosofia, deixo essas questões pra quem gosta. Eu fico aqui, impressionado, soltando um putaquipariu a cada minuto, inconformado como tudo passa tão rápido nessa vida. Inclusive a postagem desse blog. Porque ser presente é ser presente no presente, ter sido futuro no passado e vir a ser passado no futuro. Ser presente no presente é ser presente no presente no presente, ter sido futuro no passado no presente, vir a ser passado no futuro no presente e pararapararapararaparara... e tenho dito!

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