domingo, 24 de agosto de 2008

SELEÇÃO CULT


Bernardinho Lírico: Se a gente ganhasse o ouro...

Poesia e lágrimas. Esse foi o tom da preleção na véspera da decisão do ouro Olímpico pela Seleção de Vôlei.

Giba e Gustava trocaram um abraço emocionado. O meio-de-rede se despediu da seleção brasileira neste domingo, perdendo de 3 a 1 pros Estados Unidos.

O ápice foi o momento em que Bernardinho leu um poema do escritor Rudyard Kipling para tentar motivar os atletas.

Um emocionado abraço foi dado entre Giba e Gustavo. O meio-de-rede se despediu da seleção brasileira neste domingo com a derrota de 3 sets a 1 para os norte-americanos na decisão da Olimpíada na China.

"Ontem, o Giba me abraçou e chorou. Hoje fiz a minha última partida. Eu vou sentir falta de tudo isso. O vôlei me fez crescer como pessoa e como atleta. Eu só tenho a agradecer", disse Gustavo.

Mas esse não foi o único momento de emoção na véspera da decisão olímpica. Na preleção, Bernardinho leu um poema do escritor Rudyard Kipling para tentar motivar os atletas.

"Foi um poema que eu ganhei do meu pai e li para os meus 'filhos' ontem. Eu vou continuar lutando por aquilo que é certo. Eventualmente eu vou errar. E vou dizer alguma coisa quando tiver que dizer, doa a quem doer", disse Bernardinho, dando vazão a esse seu lado digamos mais... sensível.

"Acho que traduz bem aquilo que passei ao longos dos anos, os princípios que tentei passar. Certamente não consegui nota máxima em todos, mas tento fazer. Tenho certeza que esses rapazes fizeram até melhor do que eu. Tenho que agradecer a todos e pedir desculpa por qualquer coisa", completou o técnico.

Ficou curioso em ler o poema? Tá ok, você venceu! Pra vocês, "Se" de Rudyard Kipling.


SE
Tradução de Guilherme de Almeida.


Se és capaz de manter tua calma, quando,
todo mundo ao redor já a perdeu e te culpa.
De crer em ti quando estão todos duvidando,
e para esses no entanto achar uma desculpa.

Se és capaz de esperar sem te desesperares,
ou, enganado, não mentir ao mentiroso,
Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares,
e não parecer bom demais, nem pretensioso.

Se és capaz de pensar - sem que a isso só te atires,
de sonhar - sem fazer dos sonhos teus senhores.
Se, encontrando a Desgraça e o Triunfo, conseguires,
tratar da mesma forma a esses dois impostores.

Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas,
em armadilhas as verdades que disseste
E as coisas, por que deste a vida estraçalhadas,
e refazê-las com o bem pouco que te reste.

Se és capaz de arriscar numa única parada,
tudo quanto ganhaste em toda a tua vida.
E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada,
resignado, tornar ao ponto de partida.

De forçar coração, nervos, músculos, tudo,
a dar seja o que for que neles ainda existe.
E a persistir assim quando, exausto, contudo,
resta a vontade em ti, que ainda te ordena: Persiste!

Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes,
e, entre Reis, não perder a naturalidade.
E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes,
se a todos podes ser de alguma utilidade.

Se és capaz de dar, segundo por segundo,
ao minuto fatal todo valor e brilho.
Tua é a Terra com tudo o que existe no mundo,
e - o que ainda é muito mais - és um Homem, meu filho!


Rudyard Kipling


Original Inglês
IF

If you can keep your head when all about you
Are losing theirs and blaming it on you,
If you can trust yourself when all men doubt you
But make allowance for their doubting too,
If you can wait and not be tired by waiting,
Or being lied about, don't deal in lies,
Or being hated, don't give way to hating,
And yet don't look too good, nor talk too wise:

If you can dream--and not make dreams your master,
If you can think--and not make thoughts your aim;
If you can meet with Triumph and Disaster
And treat those two impostors just the same;
If you can bear to hear the truth you've spoken
Twisted by knaves to make a trap for fools,
Or watch the things you gave your life to, broken,
And stoop and build 'em up with worn-out tools:

If you can make one heap of all your winnings
And risk it all on one turn of pitch-and-toss,
And lose, and start again at your beginnings
And never breath a word about your loss;
If you can force your heart and nerve and sinew
To serve your turn long after they are gone,
And so hold on when there is nothing in you
Except the Will which says to them: "Hold on!"

If you can talk with crowds and keep your virtue,
Or walk with kings--nor lose the common touch,
If neither foes nor loving friends can hurt you;
If all men count with you, but none too much,
If you can fill the unforgiving minute
With sixty seconds' worth of distance run,
Yours is the Earth and everything that's in it,
And--which is more--you'll be a Man, my son!

Rudyard Kipling

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

FILME REPETIDO




Deu no O Globo: Christiane F. voltou às drogas. Aos 46 anos, a moça que viu sua história se tornar best-seller durante a década de 70, teve uma recaída e perdeu a guarda do filho de doze anos. Junto da matéria, uma foto atual da moça, bem diferente da que eu imaginei quando li o livro, muito tempo atrás.

Eu sempre gostei bastante de ler, mas confesso que sou um leitor esporádico. Deixa eu explicar: eu leio de tudo, todo dia. Jornal, blogs, receita de bolo... Mas livro, livro mesmo, é lá uma vez ou outra. Eu tenho minhas fases: quando dá na telha, compro uma livraria inteira e leio tudo, de uma assentada só. Aí vem um longo e tenebroso inverno sem folhear um livrinho sequer até o próximo surto.

Foi num desses "ataques" que eu conheci a história de Cristiane F. Início da adolescência, férias de janeiro, eu já tinha devorado uns quatro livros num curto espaço de tempo. Tudo título bobinho. De repente, me caiu nas mãos a história verídica daquela menina alemã, que ao invés de brincar de boneca, cheirava coca e injetava heroína na veia.

Não foi das minhas leituras mais agradáveis, mas tenho que admitir que o livro me prendeu pelo rabo e eu não consegui desgrudar os olhos até o ponto final. Deitado na rede debaixo da mangueira do quintal, eu torcia pelo final feliz de Christiane; ficava pau da vida a cada nova recaída; tinha nojo cada vez que ela se prostituía pra sustentar o vício; ficava na expectativa pelo happy end entre ela e Detlef...

O livro tem um final meio estranho. Algo fica no ar. A gente meio que fica sem saber o que realmente espera por Christiane. Ela conseguiu se limpar? Ela vai continuar se "picando"? ´

O fato é que grande parte da turma da moça foi pro buraco ainda muito jovem. Detlef parece que vive em Berlim, como motorista de ônibus, é casado e tem filhos e jura de pé junto que há mais de 20 anos que deixou as drogas.

Christiane ficou internacionalmente famosa graças à sua narrativa. Dizem que durante os anos 80, ela admitiu jamais ter largado o vício. Desde essa época eu nunca mais havia falado nela e pra mim, não fazia muita diferença se estava viva ou morta.

Eu costumo repetir minhas leituras. Tem gente que não gosta. Dependendo do livro, leio não só duas, mas três ou quatro vezes. Só "Os Meninos da Rua Paulo" devo ter lido uma dúzia. Mas "Christiane F., 13 anos, Drogada e Prostituída..." eu li uma só vez. E foi de bom tamanho.

Hoje cedo, passando os olhos no jornal e vendo que Vera Christiane Felscherinow estava se drogando novamente, tive a nítida sensação que essa leitura ainda não tinha terminado. E lembrei do final do livro, Christiane com os amigos reunidos numa pedreira, a imprensão que a história não terminava ali... E não é que não terminou mesmo?

domingo, 3 de agosto de 2008

KIND OF MAGIC


Brian May - Currículo invejável: Criador da própria guitarra, a Red Special, melhor guitarrista do mundo entre 2002-2006, graduado em Ciências Físicas e Matemáticas e Doutor em Astronomia.


Você já ouviu falar da Luz Zodiacal? Se não, fica frio... Você não é o único. Pra mim, isso tinha algo a ver com Horóscopo, até essa manhã, quando li a notícia da conclusão do doutorado de Brian Harold May, guitarrista do Queen. O cara havia interrompido seus estudos durante a década de 70 pra se dedicar ao sexo, drogas e rock'n'roll. Mas nerd que é nerd não renega as origens e o cabeçudo retomou a tese desenvolvida no Observatório do Teide e Izana, na ilha de Tenerife, nas ilhas Canárias.

Pros ignorantes de plantão, a Luz Zodiacal é uma fraca luminosidade visível no céu ocidental. O melhor período para observá-la é na primavera, depois que as luzes do pôr do sol desapareceram por completo. Trata-se do reflexo da luz solar nas partículas de pó presentes no plano do sistema solar.

Emocionado, May dedicou o diploma ao papai, à mamãe e ao Freddie Mercury: "Estou feliz por ter passado a minha vida tocando com o Queen, mas é extremamente gratificante ver a minha tese publicada".

sábado, 2 de agosto de 2008

SUDDENLY I SEE



Tadinha da Anne Hathaway... Não bastasse se envolver com um picareta, ainda está passando a vergonha de ver suas "intimidades" escancaradas pra meio FBI... Explico: fotos da atriz de "O Diabo Veste Prada", foram confiscadas na casa do seu ex-noivo, Raffaelo Follieri, preso por suspeita de fraude e lavagem de dinheiro.

Nas fotos, a mocinha aparece em poses pra lá de picantes. Segundo o "National Enquirer", a atriz pediu que o irmão tentasse interceptar as imagens, mas o FBI foi mais rápido.

Azar dela. Sorte deles...